As glândulas sudoríparas agem sob efeito do Sistema Nervoso Simpático. O suor tem a função de ajudar a regular a temperatura do nosso corpo, no entanto, quando a produção de suor é excessiva, temos a hiperidrose, que se localiza mais frequentemente nas mãos, axilas e pés, mas pode acometer qualquer parte do corpo. Esse problema ocorre tanto em homens como em mulheres e pode iniciar-se mesmo na infância.
É muito importante afastar causas de hiperidrose secundária, que pode estar relacionada a problemas da tireoide ou hipófise, diabetes e outras alterações hormonais, como menopausa, por exemplo.
A hiperidrose primária, que é genética e de início mais precoce, geralmente aparece na infância ou adolescência e não tem relação com outras patologias.
O que é?
É uma disfunção que interfere diretamente da qualidade de vida, trazendo problemas na escola, no trabalho, no relacionamento interpessoal e na autoestima, o que motiva seu portador a buscar por tratamento. O tratamento pode ser dividido: clínico e cirúrgico.
Tratamentos clínicos
Dentre os tratamentos clínicos, pode-se dispor de drogas anticolinérgicas, que reduzem a transpiração, mas têm seu uso limitado pelos efeitos colaterais, como ressecamento da boca e outras mucosas, alterações visuais, sonolência, aumento da temperatura corporal.
Antitranspirantes com altas concentrações de sais de alumínio são muito eficazes em alguns casos. Podem causar irritação da pele e a melhora demora alguns dias para ser percebida. Existem ainda aparelhos de iontoforese, para tratamento de mãos e pés, mas seu uso demanda tempo e paciência, com resultados pouco satisfatórios.
Um tratamento bastante eficaz, porém de alto custo e efeito temporário, é a injeção de toxina botulínica nas áreas afetadas, bloqueando a produção de suor por um período de tempo variável de 4 a 9 meses.
Tratamentos cirúrgicos
Quanto aos tratamentos cirúrgicos, temos cirurgias locais, indicadas para axilas, visando à remoção ou destruição das glândulas sudoríparas, por meio de curetagem, lipoaspiração ou laser. O tratamento cirúrgico para casos mais severos é a simpatectomia torácica endoscópica.
Realizada por cirurgião torácico, sob anestesia geral, faz-se dois pequenos orifícios na linha infra-mamária e abaixo da axila, para destruir ou bloquear os gânglios torácicos do sistema nervoso simpático, que se localizam de cada lado da coluna vertebral. Sua principal indicação é para hiperidrose palmar, mas, na maioria das vezes melhora também a transpiração axilar e, com menor frequência, a plantar.
Este tratamento tem alto nível de satisfação, especialmente para crianças, no entanto, pode ocorrer a chamada hiperidrose compensatória, na qual outras partes do corpo começam a transpirar em excesso, como costas, abdome, coxas, o que costuma ser temporário, mas pode ser persistente e, alguns casos, trazer mais transtornos do que a hiperidrose localizada.
Simpatectomia lombar pode ser indicada para casos resistentes de acometimento nos pés, no entanto pode haver também outros efeitos secundários, como hipotensão arterial, por exemplo.
Texto by Silvia Santilli
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